Episódio 3

Mito e Máquina na Selva Devastada

Janaína Wagner é uma jovem artista brasileira, nascida na cidade de São Paulo. Sua trajetória em certo momento encontrou a Amazónia como lugar de criação artística e elaboração crítica do tempo em que vemos os efeitos da Ordem e do Progresso, binômio de instituição predatória que avança sobre esse vasto bioma na América do Sul, habitado há milênios por culturas originárias, devassado há séculos por forças colonizadoras e civilizatórias. Nesse rumo novo da artista pela região, nasceu o seu recente filme Curupira e a Máquina do Destino, que será exibido em projeção ao ar livre nas Ruínas da Villa Romana de São Cucufate, em 9 de outubro de 2022, concluindo assim a mostra TransAmazónias: Zonas Imaginárias.

Convidamos a artista para ser entrevistada no Teatro do Centro da Terra, em 03 de Agosto de 2022. Nela, Janaína Wagner comentou sobre a gênese, a produção e o contexto simbólico de seu novo filme, em potente narrativa audiovisual que articula em tela duas personagens míticas, por assim dizer, seja propriamente a Curupira, seja o fantasma de uma jovem, inspirada na personagem central de Iracema - uma Transa Amazônica, filme de Jorge Bodanzky e Orlando Senna, realizado no Brasil em plena ditadura militar na década de 1970.