Episódio 5

Ruínas de um Teatro na Cidade em Mutação

No dia 12 de Outubro de 2022, a arqueóloga Lídia Fernandes, coordenadora do Museu de Lisboa - Teatro Romano foi entrevistada por Silvio Luiz Cordeiro e Dirk Michael Hennrich, em conversa bem-humorada nas ruínas do monumental teatro que compunha a paisagem da antiga cidade de Felicitas Iulia Olisipo, hoje um sítio arqueológico impressionante na capital de um país, Portugal.

Tela instalada no interior do sítio arqueológico do Museu de Lisboa - Teatro Romano para a projeção de imagens do premiado ensaio fotográfico "Distopia Amazónica", na presença de seu autor, o fotojornalista brasileiro Lalo de Almeida, convidado da série Antropocénica, abrindo assim no dia 7 de Outubro de 2022 a mostra TransAmazónias: Zonas Imaginárias, evento artístico-cultural do primeiro encontro da série realizado em Portugal. Imagem: Silvio Luiz Cordeiro.

Especialista na arqueologia da arquitectura deste relevante sítio, entre outros no contexto de sua trajetória profissional e de investigação académica, ela reflete sobre a importância do património e dos testemunhos físicos do passado, que nos dão uma referência essencial à nossa própria existência, dimensão efêmera em contraste com a permanência das ruínas.

Cenas da entrevista com Lídia Fernandes, arqueóloga e coordenadora do Museu de Lisboa - Teatro Romano, gravada na tarde do dia 12 de Outubro de 2022. Imagens: Silvio Luiz Cordeiro.

Os restos do teatro de época romana, exemplares nesse sentido, podem ser uma lição ao pensarmos a condição humana e a finitude. Ninguém é indiferente ao facto das ruínas: elas provocam o entretecer de vários sentidos, que ultrapassam a contemplação das evidências de outrora, como as do teatro, hoje imersas na paisagem urbana de Lisboa, habitada e transformada todos os dias, como ouvimos pelos ruídos dos visitantes e das novas construções e obras diversas no entorno das ruínas, numa ambiência sonora que revela o dinamismo da cidade, captada durante a gravação da entrevista. São sítios como este que nos servem como um porto seguro na voragem do tempo e da instantaneidade vivenciada no presente.